segunda-feira, 8 de junho de 2009

Ausência

Há tantas noites, enluaradas ou não, eu não venho por aqui despejar minha poesia. Há tantas noites, enluaradas ou não, eu não depejo meu beijo sobre seus lábios vazios. Há tantas noites, enluaradas ou não, eu deixei de eternizar meus amores instantâneos pelas anônimas molecas a destilar charme para cima de meu desejo. Quando muito tempo fico sem tocar esse solo, deixo boa parte da minha vida sem relato, sem retrato, sem vivo fato. Talvez não seja de interesse alheio saber de minhas aventuras e desventuras ali mesmo na esquina, ou talvez seja de muito interesse saber de minhas ousadias e orgias, bem aqui, dentro de mim. Acho que já falei demais por essas palavras. Acho que falo demais por essas palavras. Acho que devo ficar outras tantas noites, enluaradas ou não, sem revelar meus oblíquos pensamentos.