quarta-feira, 19 de agosto de 2009

De joelhos

Obrigado meu Deus...
... pelo caminho que eu trilhei.
... pelas oportunidades que encontrei ou não encontrei.
... por todos os dons que recebi.
... pelos amigos que contrui e aqueles que descobri.
... pelas palavras concretizadas em papéis e telas.
... pelas curvas que faço.
... pela gravidade.
... por aquela mulher que encontrei na esquina.
... pela possibilidade de construir meu futuro.
... pelas dúvidas.
... e pela vida, exatamente como ela é.

Solto

A canção que toca, é leve, suave, tem sensação de brisa no rosto quando se desce de bicicleta a íngrime ladeira, tem cheiro de hotelã e cara de comercial de TV. A cor das letras desse texto é azul, bem claro, parecido com a mistura do azul do céu e do mar. A rima, simplesmente não rima. Não porque não se é capaz, mas por que não se deseja. É assim, e sem motivo. É próprio.
Eu estou renovado, com um sorriso maior e mais branco, com os olhos mais brilhantes e com a pele mais viva. Eu estou desnudo e muito a vontade, e nem me importo com o vento batendo em minhas poucas e transparentes roupas. Estou tão claro, tão limpo, tão aliviado. Estou tão feliz...

segunda-feira, 17 de agosto de 2009

Era

Quanta inocência minha achar que aquela inocência seria para sempre. Me vi pendurado em cada um daqueles sorrisos, até mesmo os bem guardados e os não muito bonitos. Os olhares que me atingiam não podiam fazer idéia das lembranças que me acertavam. Lembranças de um tempo em que o amor era puro, e mesmo quando não correspondido, doía menos. Lembranças de um sonho antigo e latente, sem nenhuma lapidação e tão abstrato quanto as nuvens de meus desenhos coloridos. Pude ver em cada parede daquelas, as marcas de minhas mãos a deslizar cegamente rumo a um rumo qualquer. Senti um cheiro de passado, um cheiro de lembrança, um cheiro de saudade e me vi em cada um daqueles. Mas nunca mais o tempo vai voltar, nem eu serei novamente, nem a vida parará. Tantas coisas, nunca mais...

sábado, 8 de agosto de 2009

Sentimentos

Sou a decisão e a certeza, sou as palavras e os movimentos do meu próprio corpo. Mas juro a você, não sou eu. Enquanto meus pés tocam aquele chão, não é minha voz e nem é minha razão. Sou tantos, uma orgia, um grupo, um solitário na multidão. Por que sim, eu sou solidão por detrás do sorriso programado que vendem nas prateleiras. Aí, também fico à mercê dos olhares que pensam que sabem o que eu penso. Nem você sabe o que eu penso todas as vezes que lhe vejo, e quando te toco, até meus pensamentos fogem do meu controle. Volto atrás, redefino, reconquisto, brinco. Sua diferença é mais do que uma marca, é um convite ao amor. E você não me olha nos olhos...
Desculpe-me leitor, por usar de você essa tal paciência que tanto me falta. Mas eu queria desabafar, só isso. Eu queria desabafar... dentro de você.