segunda-feira, 14 de junho de 2010

Retrô

Ainda me pego admirando a moldura do porta retrato que pindurei na parede do meu quarto há duas semanas. Guardo debaixo do colchão mofado fotografias meio rasgadas. Copiei em pedaços de papel velho, palavras amargas que nunca disse a ninguém, mas que um dia, enviarei pelo correio para você. Escrevi com um prego, meu nome, em todos os CDs que tinham canções de ninar. Por momentos relâmpagos consigo perder minhas chaves do quarto. Mas ainda bem que minha memória não é falha e sempre sei onde guardo minhas coisas. Sempre sei o que fiz. Sempre sei onde eu não deveria ter errado. Mas nuns momentos de distração, eu ainda me pego admirando a moldura do porta retrato que eu pindurei na parede do meu quarto há duas semanas.

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