sexta-feira, 23 de janeiro de 2009

A 3

Simples noite, que eu nunca vi tão simples. Céu estrelado e ofuscado pelas poucas luzes da cidade distante do grande. Paralelos pouco paralelos, mas resistentes a evolução e ao modernismo. Silêncio quebrado apenas pelos espirros espalmados e escandalosos do homem da madrugada. Escandalosos também eram nossos sorrisos pelo meio exato da rua, sobre as calçadas e as margens da praça. Aliás, por aqui, não é preciso muito esforço para fazer de algo um escândalo. Mas foi tão calmo, tão espontâneo, tão casual. O tempo, que consegue bravamente polir os paralelos do início desde, consegue fazer com que nós, mesmos isolados geo-sentimentalmente, permaneçamos muito parecidos com o que éramos antes e que mesmo quando o objetivo é lançar na roda as mudanças tecidas, o jeito de desenrolar a narrativa não consegue ser tão distinta. Que bom que é assim. Que bom que eu sei que é pra vida toda. Que bom que o tempo nos permite.

Um comentário:

Roberto Ney disse...

cara, gosto do seu estilo de escrever viu... o texto é interessante e, podemos dizer que vc ganhou um leitor assíduo do seu blog...
abraço!
ps: te add a minha lista de recomendações de leitura, ok!