segunda-feira, 17 de agosto de 2009

Era

Quanta inocência minha achar que aquela inocência seria para sempre. Me vi pendurado em cada um daqueles sorrisos, até mesmo os bem guardados e os não muito bonitos. Os olhares que me atingiam não podiam fazer idéia das lembranças que me acertavam. Lembranças de um tempo em que o amor era puro, e mesmo quando não correspondido, doía menos. Lembranças de um sonho antigo e latente, sem nenhuma lapidação e tão abstrato quanto as nuvens de meus desenhos coloridos. Pude ver em cada parede daquelas, as marcas de minhas mãos a deslizar cegamente rumo a um rumo qualquer. Senti um cheiro de passado, um cheiro de lembrança, um cheiro de saudade e me vi em cada um daqueles. Mas nunca mais o tempo vai voltar, nem eu serei novamente, nem a vida parará. Tantas coisas, nunca mais...

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