domingo, 26 de outubro de 2008

Manhãs de sol

Rosas vermelhas molhadas despetaladas, sujas com a inocência do mal-me-quer. Sangue a correr pelo chão, páginas riscadas do folclórico diário que já não guarda toda a verdade dos modernos tempos. Pípulas de remédio, veneno e droga espalhadas entre as páginas de um livro em branco, prestes a ser constantemente preenchido. Uma música enigmática ao fundo, e mais ao fundo um silêncio revelador. Dores de todas as cores e formatos, penduradas por todas as paredes e janelas do incômodo cômodo. E a luz da vela se desfaz no clarão do dia e se perde a agonia ao renascer sem preceitos e doutrinas. Tudo passado e outra vez passado. Agora arquiteta-se paredes limpas e páginas escritas, meninas perdidas e livres melodias sem letras. Sempre disposto, eis aqui o poder do novo, de novo.

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