quarta-feira, 4 de abril de 2007

Desengano


Minha boca faz seus olhos se calarem, e meu corpo faz sua alma doer. Teu sorriso torna-se vítima insaciável do sabor amargo de suas próprias lágrimas. Uma mistura seca de amor e desprezo, de um sentimento e um vazio. Suas palavras não chegam aos meus ouvidos e sua canção não toca no meu rádio. No silêncio da noite você não tem espaço na minha solidão; no recando do meu quarto você não adentra. Não haveria nada entre nós dois, caso não fosse essa imensa muralha construída e lapidada de forma artesanal e sutil. Eu sou sua vida, mas você não existe. Meus olhos fazem sua boca chorar, e minha alma faz seu corpo sofrer.

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