domingo, 21 de novembro de 2010

Ahhhhhhhhhhhhhh!!!!!!

Quando a música parou, eu nem consegui esperar o movimento seguinte. Me levantei no ímpeto e gritei sem pudor, num pedido explícito de ajuda: "Socorro!" Sim, falei. E cá para mim, não me arrependo. Mas não tive coragem de olhar para os lados. Cerrei os olhos fortemente e garanti que o meu, não cruzasse com nenhum outro.
Foi aí que me veio a dúvida. Será que há ao meu redor alguém que me entende? Será que só eu tenho essas idéias? Será que alguém pode me socorrer?
Têm coisas que só eu sei e só eu vejo. Têm coisas que só eu entendo e só eu sinto. Têm tantas coisas que só se fazem para mim.
Amanhã eu acordo, me levanto e vou andar por aí.
E caso ouça um grito de socorro... pode ser que seja eu.

sábado, 13 de novembro de 2010

Aqueles

Meninos bobos escrevem poesias que falam de um amor que possa nascer, de qualquer pôr do sol que possa haver ou sobre canções escarradas nas vozes do mundo.
Meninos bobos, são aqueles que se apaixonam. São aqueles que olham nos olhos e se perdem, que esperam, que criam, que sonham.
Meninos bobos por todas as partes, por todos os cantos, dançando juntos. Passos iguais e olhares cruzados.
Meninos, quão bobos podem ser? Quão amados poderão? Quão?
Todo mennino é um pouco um menino bobo.

terça-feira, 13 de julho de 2010

Adulto

... Outro dia eu encontrei até dentro da minha Bíblia, aqueles papéizinhos amarelos que registram em números minha ligação afetiva com o Banco.
Quem me vê com a cara amarrada e colada ao vidro, enquanto atravesso a cidade dentro de um ônibus, não é capaz de imaginar em tudo que eu penso. Meus últimos instantes antes do sono são absolutamente ocupados e dedicados a uma vida que é exclusivamente minha. Eu não sabia que o futuro ficava assim tão próximo de mim, tão próximo do real, tão distante do sonho.
Tanta coisa já não importa. Nenhuma palavra que consiga me acordar no ímpeto do amor materno, consegue abreviar meu sorriso (faço questão de levá-lo comigo).
Vida grande. Grande vida.
Futuro? rsrsrs Só não me esqueça aqui.

segunda-feira, 14 de junho de 2010

Retrô

Ainda me pego admirando a moldura do porta retrato que pindurei na parede do meu quarto há duas semanas. Guardo debaixo do colchão mofado fotografias meio rasgadas. Copiei em pedaços de papel velho, palavras amargas que nunca disse a ninguém, mas que um dia, enviarei pelo correio para você. Escrevi com um prego, meu nome, em todos os CDs que tinham canções de ninar. Por momentos relâmpagos consigo perder minhas chaves do quarto. Mas ainda bem que minha memória não é falha e sempre sei onde guardo minhas coisas. Sempre sei o que fiz. Sempre sei onde eu não deveria ter errado. Mas nuns momentos de distração, eu ainda me pego admirando a moldura do porta retrato que eu pindurei na parede do meu quarto há duas semanas.

sexta-feira, 21 de maio de 2010

Caio

Caio é um menino que parece homem. A vezes ele até é um homem que parece menino. Alto, magro, branco, cabelos pretos, olhos vivos, sorriso branco e alma verde. Caio é bravo e forte, mas não conta pra ninguém. Anda pelas ruas de cabeça baixa a procura da marca do tesouro. Tem um coração sem pudor. Vende seu corpo nas noites de sextas-feiras e escreve livros em italiano nas manhãs de quartas-feiras. Tem uma tatuagem nas costas, outra no peito e outra no pé. Canta enquanto toma banho e adora pizza gelada com suco de grosélia. É simpático e engraçado. Mas é cruel quando sorri, quando sente pena e quando exclui. Caio foi coroinha, foi espírita e é ateu. Atualmente se masturba três vezes por dia enquanto assite os principais jornais da TV. Amou muitas meninas, namorou algumas dessas e terminou com todas. Acorda de madrugada e joga comida para o peixe. Não sabe nadar, não sabe dançar, não sabe resolver problemas de matemática. Mas estuda música, anda de bicicleta e flerta com a vizinha casada do apartamento ao lado. Caio é tão "Caio" que nunca foi confundido, nunca foi condenado e nunca foi infeliz.

quarta-feira, 17 de março de 2010

Recadinho

Menina de cangote a me chamar.
Menina mais que menina.
Mulher de todas as estações.
Rima dos meus poemas,
ritmo das minhas canções,
dona das fotos que mais guardo,
do sorriso que mais lembro,
do sentimento que mais sinto.
Branca pele,
negras madeixas,
ondas do mar em si.
São teus todos os meus sorrisos
e todas as minhas dúvidas.
Pegue meu perfume,
pegue minha poesia,
um pouco dos meus sonhos
e cante para mim,
na linguagem do amor.
Ah... outrora.
Relógios em descompasso.
Tempos loucos, desiguais, imortais.
Menina, menina...
cuidado com seu olhar,
não brinque assim comigo,
porque quando eu voltar,
vai ser pra te amar até o fim.
Menina, menina...

domingo, 28 de fevereiro de 2010

Depois daqui...

Um salto, um grito, uma lágrima, um acenar de adeus... vai-se saber o que determina o fim da ponte da vida. Vai -se saber se há tempo para alguma coisa, para alguma prece, para alguma saudade. Minhas jovens palavras são como os jovens que estendem a mão rumo ao horizonte luminoso, são como o singular destino da flor mais bela do jardim que tão cedo deixa para trás apenas a marca de seu perfume. O que fazer com tantas páginas em branco a espera de letras, com tantas fotografias a espera de continuidade, com tanta saudade derramada por todos os cantos da casa? O que fazer com a dor que nunca mais passa e com o amor que nunca mais será entregue? O que falta entender? O que ainda tem que se escrever?
Vida... que vem e que vai. Que vai levando pedaço de outras tantas, de tantos outros.
Não tem mais cheiro, não tem mais voz, não tem mais riso...