quinta-feira, 27 de março de 2008

Como antes

Tão perto como a onda da areia e tão distante de mim. É como se meus olhos te tocassem, mas minhas mãos não pudessem te ver. Algo perdido no tempo e na razão que parece apenas ter razão quando se encontra refúgio nas palavras frágeis e seguras da poesia em melancolia ou saudade, dos livros que eu mesmo escrevo todas as vezes que te vejo. Parece que ainda me lembro quando os pássaros voaram daquela torre lá no alto e que as andorinhas avisaram que o verão chegava. Era noite e com o teu abraço eu ouvia uma canção que somente eu podia ouvir. Onde foi que as palavras erraram? Por qual caminho eu não percorri? Feliz das manhãs que serão suas e felizes os pássaros que cantarão apenas para você. E as maçãs que você comer, o ar que você converter e a poesia que você cantar, todas felizes. O tempo se refez em minha vida e repetiu na sua aquilo que fora ocorrido em outro tom e em outra melodia. A torre não está mais aqui e as aves não voam. Só vejo algo rolar do meu olhar e o teu olhar se desviar do meu. Não sei se você está na minha poesia ou se você está em mim. Só resta acreditar que algum elemento inóspito do futuro será diferente e que músicas não serão poesias e que dores não serão lamentos e que amores serão reais.

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