quarta-feira, 28 de janeiro de 2009

Saudade

Nunca havia sentido seu rosto tão de perto. Nem você nunca tinha tocado o meu com sua tão incrédula mão. Mas sempre há tempo para novas sensações e novas intensidades. Desejo cegamente que o tempo afaste seus braços de mim e que eu nunca mais seja forçado a sentir a força do seu repugnante beijo. Espero piamente que você perca meu endereço, que esqueça a minha imagem e nem seja capaz de reconhecer meu cheiro. A cada manhã deixo uma carta de despedida com seu nome sobre a mesa da nossa cozinha. E mesmo assim você não se vai. Já não me destruo por sua conta, nem me desespero com sua presença, no entanto, não te amo e tudo o que mais quero é ver sua partida e deixar escapar por entre meus lábios escancarados um liberto adeus.

Um comentário:

Roberto Ney disse...

menino... quanta emoção presente em tuas palavras. Seus textos me lembram os filmes de almodóvar. São intensos e profundos. Abraço e vê se enra nesse msn viu...
hehehehe!